terça-feira, 6 de abril de 2010

Exposições - Museu da Casa Brasileira

Outros planos: Brasília

Os sete projetos finalistas do concurso para o Plano Piloto da então nova capital do Brasil, realizado em 1957, estão na mostra “Outros Planos: Brasília”, que traz as várias soluções urbanísticas, premiadas e ainda pouco conhecidas, e que tiveram um único objetivo: propor uma cidade ideal como capital do país.

Serão apresentadas, em detalhes, as possíveis Brasílias em que os pedestres caminhariam em esteiras rolantes ou onde carros e ônibus circulariam por dentro de gigantescos edifícios. “Hoje, sabemos da existência de mais de 30 planos para Brasília”, diz Eduardo Della Manna. “Esse conjunto de propostas carrega uma diversidade de soluções urbanísticas, algumas tradicionais, outras inovadoras, ainda pouco conhecidas”.

Uma visão crítica sobre a Brasília, que está completando 50 anos, passa pelo conhecimento de sua história. Qual foi o legado do projeto urbano da nova capital? E como teriam sido os outros projetos não construídos? Estas questões permeiam a mostra e os dois debates que serão realizados com alguns dos autores dos sete projetos finalistas, críticos e urbanistas. Como se sabe, o grande vencedor foi Lúcio Costa, com suas superquadras, as Asas Norte e Sul, a Praça dos Três Poderes, os Eixos Monumental e Rodoviário, as “tesourinhas”, os comércios locais e os prédios de seis andares.

Lista dos finalistas
1º lugar - Lúcio Costa
2º lugar - Boruch Milmann, João Henrique Rocha e Ney Fontes Gonçalves
3º lugar (empatados) - Marcelo Roberto e Maurício Roberto; Rino Levi, Roberto Cerqueira César, Luiz Roberto de Carvalho Franco e Paulo Fragoso
5º colocado (empatados) - Carlos Cascaldi, João V. Artigas, Mário Wagner V. Cunha e Paulo de Camargo e Almeida; Henrique E. Mindlin e Giancarlo Palanti; Construtécnica S/A – Milton C. Ghiraldini

Segundo o arquiteto Jeferson Tavares, responsável pela pesquisa dos projetos, a seleção permite uma percepção das decisões do júri: “Compreendemos, assim, que a eleição dos finalistas esteve diretamente atrelada aos preceitos da vanguarda urbanística da época, ligada ao Movimento Moderno, embora a contribuição dos projetos vá além desses preceitos”. E conclui: “A mostra é um olhar sobre a realidade urbana brasileira da primeira metade do século XX, cujas soluções – esquecidas ou ignoradas – ainda podem nos ensinar através de erros e acertos”.
Na mostra, haverá painéis com imagens e textos que sintetizam cada uma das sete propostas premiadas, além dos comentários do júri, precedidos de uma breve contextualização do período e de fatos antecedentes ao concurso de 1957. O concurso do Plano Piloto era uma disputa de ideias, não de detalhes. De alguma forma, isso será revivido nesta exposição.
Haverá, também, um conjunto de vitrines com um pouco da memória em torno da inauguração de Brasília.

Exposição: “Outros Planos: Brasílias”
Abertura: 20 de abril, às 19h30
Visitação: 21 de abril a 16 de maio
Debates: 27 de abril e 11 de maio, às 19h30

A cidade informal do século XXI

Ao pensar no futuro da cidade contemporânea não se pode deixar de refletir sobre a cidade informal - formada a partir de ocupações precárias do território como, por exemplo, as favelas – e as transformações que têm ocorrido a partir das propostas de arquitetos. Esse é o tema de “A Cidade Informal no século XXI”, que tem curadoria da arquiteta Marisa Barda.

Trata-se de uma mostra interativa, em que projetos pontuais realizados por arquitetos brasileiros e estrangeiros serão abordados a partir de quatro temas, como se fossem operações táticas, que melhor representam os problemas das favelas: Conexões, Transições, Fruições e Transformações. Esses temas permitirão uma visão crítica do trabalho apresentado.

A ideia de reunir esse conjunto de projetos que (re)desenham a cidade informal aparece como continuidade das propostas apresentadas na Bienal de Roterdã, em outubro de 2009, cujo tema foi Open City: Designing Coexistence. A subcuradoria do evento foi feita pelos arquitetos Rainer Hehl e Jorg Stolmann, que, para a seção Squat, selecionou como uma das referências os projetos para a comunidade de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, elaborados por seis escritórios ou arquitetos: Urban Think Tank (Venezuela), Elemental (Chile), Christian Kerez (Suíça), Ciro Pirondi, Marcos Boldarini e MMBB Arquitetos (Brasil).

A mostra “Cidade Informal no século XXI” soma a essa seleção os trabalhos dos alunos da Escola de Design da Universidade de Harvard, realizados para o Cantinho do Céu, sob a coordenação do professor Christian Werthman; e os trabalhos dos alunos da Universidade de Columbia, sob a coordenação de Alfredo Brillembourg e Hubert Klumpner, os quais abordaram vários aspectos das áreas informais na cidade de São Paulo. A integração desses projetos com os estudos elaborados para as mesmas áreas pelos alunos da Escola da Cidade, faculdade de arquitetura de São Paulo, possibilitará uma reflexão a partir da experiência de arquitetos de vários países, todos com o mesmo propósito: redesenhar as cidades informais do século XXI.

Para melhor ilustrar a complexidade desse trabalho, serão apresentados projetos e maquetes de obras já construídas ou em fase de realização para diversos espaços informais da cidade de São Paulo. A cidade informal também estará representada como um percurso didático, possibilitando a compreensão dos processos e condições das favelas de São Paulo. A favela de Paraisópolis, com posição estratégica próxima ao bairro do Morumbi, será objeto de estudo a partir de levantamentos realizados in loco.

Em cada sala da exposição, os projetos poderão ser estudados de forma detalhada em mesas equipadas com computadores, livros publicados e cadernos, em que o público poderá escrever críticas, fazer propostas e elaborar esboços. Uma pequena sala de cinema projetará vídeos da Urban Inform, da 4ª IABR.

Realização: 4 th International Architecture Biennale Rotterdam e Secretaria Municipal de Habitação da Cidade de São Paulo
Abertura: 7/4/10, às 19h30, com palestra de George Brugmans, diretor da 4ª Bienal Internacional de Arquitetura de Roterdã
Visitação: 8/4/10 a 9/5/10


Modernista: 80 anos

A mostra é uma homenagem à "Exposição de uma casa Modernista", ocorrida em 1930, primeira vez que se tentou no Brasil reunir diferentes artes visuais dentro de uma casa em estilo arquitetônico e decoração modernistas. A casa em que foi realizada a Exposição é a mesma que receberá a mostra atual: a Casa Modernista da rua Itápolis, projetada pelo arquiteto Gregori Warchavchik, restaurada por iniciativa da família e que estará aberta à visitação até 18 de abril.

Reúne móveis e objetos desenhados por Warchavchik, filmes e dezenas de fotografias das décadas de 30 e 40, além de plantas de projetos do arquiteto, como a da residência de Felicíssima Assunção Lara; apartamento em Copacabana; oito casas populares na rua São Samuel, Vila Mariana; nove casas populares na rua Turiassu; conjunto de casas na rua D. Bertha, Vila Mariana; oito projetos de móveis e parque modernista da Vila Mariana. O Warchavchik fotógrafo retratista de pessoas públicas, familiares ou anônimos, com um enquadramento, luz e tratamento muito característicos dos anos 40, também poderá ser visto, em cerca de 30 fotografias inéditas.

"Modernista: 80 anos/Acervo Warchavchik" não se trata de uma reedição da Exposição e, sim, de uma confirmação da pertinência e permanência desse estilo até nossos dias. Ou seja, as condicionantes estéticas e éticas que geraram aquele movimento continuam vivas, mesmo se em outro contexto social, político e tecnológico.

A visitação faz parte da Visita guiada Warchavchik. A programação disponibilizará ao público vans que partirão do MCB com destino à Casa Modernista da rua Itápolis, em diversas datas e horários. Há acompanhamento de educadores.
No MCB serão apresentados documentos originais sobre o arquiteto e a casa, curados por Ilda Castello Branco.

Realização: Carlos Eduardo Warchavchik e Piratininga Associados

Visitas guiadas
Saídas do MCB: 27 e 28/3; 3, 4, 10, 11, 17 e 18/4
Horários: sábados, às 10h, 11h, 14h e 15h; domingos, 14h e 15h
Agendamento pelo telefone (11)3032-3727
Gratuito, vagas limitadas

Também é possível conhecer a casa sem participar das visitas guiadas. Veja as datas:
Exposições
Modernista: 80 anos
De 26/3 a 11/4, de quarta a sexta-feira, da 13h às 18h; sabado, domingo e feriado, das 10h às 18h; na rua Itápolis, nº 961
Mostra no MCB - de 23/3 a 18/4


Local: Museu da Casa Brasileira
Av. Faria Lima, 2705 - Jardim Paulistano Tel. 3032-3727
Ingresso: R$ 4,00 - Estudantes: R$ 2,00 (Gratuito domingos e feriados).
Acesso a portadores de deficiência física.
Visitas orientadas: 3032-2564 agendamento@mcb.org.br
Site: www.mcb.org.br
Twitter.com/mcb_org
Estacionamento: de terça a sábado até 30 min. grátis, até 2 horas R$ 8,00, demais horas R$ 2,00. Domingo: preço único de R$ 10,00

Fonte: http://www.mcb.sp.gov.br

domingo, 4 de abril de 2010

Documentário - A Vida é um Sopro por Oscar Niemeyer



É possível contar a história de um povo através da sua arquitetura? Dizem que o aspecto mais importante da aparência dos edifícios está no que vislumbramos a respeito das sociedades que os construíram. Seguindo este raciocínio, podemos afirmar que a arquitetura de Oscar Niemeyer e outros arquitetos da sua geração é, com certeza, o que de melhor o Brasil produziu. Uma arquitetura com alma própria, inspirada na geografia de nosso país, que acabaria por influenciar arquitetos no mundo inteiro.

Oscar Niemeyer – A vida é um sopro é um filme que, sem pretender ser inovador ou genial como o personagem que lhe serve de tema, procura se pautar na clareza de suas linhas e na poética de suas formas, para (re)construir a história do maior ícone da Arquitetura Moderna Brasileira. Uma história indissociavelmente ligada às transformações do país neste último século.

No documentário, de 90 minutos, o arquiteto conta de forma descontraída como concebeu seus principais projetos. Mostra como revolucionou a Arquitetura Moderna, com a introdução da linha curva e a exploração de novas possibilidades de utilização do concreto armado. Fala também sobre sua vida, seu ideal de uma sociedade mais justa e de questões metafísicas como a insignificância do Homem diante do Universo.

Produzido pela Santa Clara Comunicação e rodado em vídeo digital e 16mm no Brasil, na Argélia, França, Itália, Estados Unidos, Uruguai, Inglaterra e Portugal, A vida é um sopro é costurado por imagens de arquivo inéditas e raras, e por depoimentos de personalidades como os escritores José Saramago, Eduardo Galeano e Carlos Heitor Cony, o poeta Ferreira Gullar, o historiador Eric Hobsbawn, o cineasta Nelson Pereira dos Santos, o ex-presidente de Portugal Mário Soares e o compositor Chico Buarque.

Em http://www.avidaeumsopro.com.br/pt/sinopse.php

Da poética da arquitetura...

Fábula de um Arquiteto
por João Cabral de Melo Neto

A arquitetura como construir portas,
de abrir; ou como construir o aberto;
construir, não como ilhar e prender,
nem construir como fechar secretos;
construir portas abertas, em portas;
casas exclusivamente portas e tecto.
O arquiteto: o que abre para o homem
(tudo se sanearia desde casas abertas)
portas por-onde, jamais portas-contra;
por onde, livres: ar luz razão certa.

2.
Até que, tantos livres o amedrontando,
renegou dar a viver no claro e aberto.
Onde vãos de abrir, ele foi amurando
opacos de fechar; onde vidro, concreto;
até fechar o homem: na capela útero, com confortos de matriz, outra vez feto.
Eu me sinto um fragmento de Deus
Como sou um resto de raiz
Um pouco da água dos mares
O braço desgarrado de uma constelação.
A matéria pensa por ordem de Deus,
Transforma-se e evolui por ordem de Deus.
A matéria variada e bela
É uma das formas visíveis do invisível.
Cristo, dos filhos do homem és o perfeito.
Na Igreja há pernas, seios, ventre e cabelos
Em toda parte, até nos altares.
Há grandes forças de matéria na terra no mar e no ar
Que se entrelaçam e se casam reproduzindo
Mil versões dos pensamentos divinos.
A matéria é forte e absoluta
Sem ela não há poesia.

Do livro Educação pela Pedra.
In: Obra Completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

Poema espiritual
por Murilo Mendes

Eu me sinto um fragmento de Deus
Como sou um resto de raiz
Um pouco da água dos mares
O braço desgarrado de uma constelação.
A matéria pensa por ordem de Deus,
Transforma-se e evolui por ordem de Deus.
A matéria variada e bela
É uma das formas visíveis do invisível.
Cristo, dos filhos do homem és o perfeito.
Na Igreja há pernas, seios, ventre e cabelos
Em toda parte, até nos altares.
Há grandes forças de matéria na terra no mar e no ar
Que se entrelaçam e se casam reproduzindo
Mil versões dos pensamentos divinos.
A matéria é forte e absoluta
Sem ela não há poesia.


In: http://www.letraselivros.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=740&Itemid=65

sábado, 3 de abril de 2010

Captação de água da chuva

A água da chuva é destilada e cai sem cobrar impostos. Recolher essa água que vem do céu e aproveitá-la é uma tendência forte na busca de soluções para economizar água potável. A idéia é não perder a água da chuva que cai no telhado. Se ela não for captada, vai acabar se infiltrando na terra, ou então, pode ir para o sistema de águas pluviais urbano. Se esse sistema estiver sobrecarregado, a água não captada vai aumentar o caos dos alagamentos.

A água de chuva captada nos telhados não é potável porque entra em contato com impurezas por onde passa. No entanto, é boa para vários usos como descarga de vasos sanitários; lavagem de carros e calçadas ou irrigação de jardim. Em alguns casos, pode ser usada na lavagem de roupas.
Sistema de captação doméstica de água pluvial

Na ilustração, temos um esquema de como fazer captação de água da chuva. A chuva cai nos telhados, é recolhida pelas calhas, passa por um filtro que retêm sujeiras como folhas e fica armazenada na cisterna enterrada. Uma bomba envia a água da cisterna para a caixa d'água elevada. A partir da caixa d'água, a água da chuva é distribuída para o vaso sanitário, a irrigação do jardim, o tanque de lavar roupa e a máquina de lavar.

A captação de água da chuva pode ser aplicada em residências, condomínios, prédios comerciais e industriais. Seu custo ainda é alto, mas vai se pagando aos poucos com a economia na conta de água. O consumo de água tratada em uma residência pode cair a menos da metade com a instalação de um sistema de captação de água.

A captação de água pluvial traz várias vantagens para o ambiente. Primeiramente, reduz o consumo de água potável, que custa caro e agride o meio ambiente com a criação de represas, consumo de produtos químicos, etc. Em segundo lugar, a captação de água da chuva reduz o fluxo de água que corre para o sistema de águas pluviais durante as chuvas. Isso pode aliviar os transtornos com alagamentos pois a água será liberada aos poucos nos dias seguintes à chuva. O sistema de captação consome pouca energia e a maioria de seus componentes pode ser fabricada com plástico reciclado.

Com o tempo, é provável que o poder público crie mecanismos para estimular a captação de água de chuva na área urbana. O ideal seria que os proprietários de terrenos fossem responsáveis pela captação de toda a chuva que cai sobre as áreas construídas no seu terreno, incluindo aí calçamento e pavimentação. Essa medida teria a vantagem adicional de estimular a ampliação da área de infiltração na área urbana.

Fonte:http://www.radames.manosso.nom.br/ambiental/agua/66-captacao-de-agua-da-chuva&h=450&w=497&sz=42&tbnid=bPov_G07ldy64M:&tbnh=118&tbnw=130&prev=/images%3Fq%3Dcapta%25C3%25A7%25C3%25A3o%2Bde%2Bagua%2Bda%2Bchuva&usg=__WPTeHK2NyQtGMS2aM3-ercJMuOE=&ei=_vS3S_nwCoiM8wTb-s3qAw&sa=X&oi=image_result&resnum=6&ct=image&ved=0CCoQ9QEwBQ

Projetos com arquitetura acessível facilitam a vida dos idosos

Projeção feita pelo escritório de arquitetura Aflalo e Gasperini para o Vila Dignidade, desenvolvido pela Secretaria da Habitação e Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU)

O número de idosos no Brasil cresce a cada ano, e já representa atualmente 10% da população do país, segundo projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Assim, é preciso pensar na readequação de muitos hábitos e espaços para facilitar a mobilidade, sejam eles públicos ou privados.

Nos últimos tempos houve uma movimentação neste sentido, resultando em alguns projetos e soluções de moradia para a terceira idade. Nos Estados Unidos desenvolveu-se em 1985 o conceito do Desenho Universal que hoje norteia, no Brasil, os projetos construtivos da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU).

Porém, até o ano passado, moradia adaptada e pensada para a melhor idade era quase exclusividade da classe AAA, e a alternativa aos centros de luxo continuava a ser o asilo. Um dos projetos mais comentados pela imprensa em 2007 foi o Hiléa, um condomínio de alto padrão que oferecia condições de moradia permanente - com serviços que iam da recreação a uma UTI de última geração - a hospedagens curtas e mesmo diárias, como em um clube.

Oferecia, porque o empreendimento funcionou por cerca de dois anos, mas acabou sendo comprado pelo Governo do Estado de São Paulo por R$ 50 milhões e, hoje, abriga o Hospital Lucy Montoro para o atendimento de pacientes com necessidade de tratamento intensivo e sequencial.

Não dá para negar que o Hiléa teve um planejamento único, realizado pela Aflalo e Gasperini, no que se refere à qualidade de moradia para a 3a Idade. A coordenadora da área de concepção e estudo de viabilidade de projetos do escritório de arquitetura, Grazzieli Gomes, explica que o empreendimento foi pensado para ser autossuficiente e que nele, como em todo bom projeto arquitetônico, os conceitos foram definidos antes dos desenhos propriamente ditos.

“No Hiléa o referencial era o resgate da vida em sociedade, especialmente, para idosos que sofriam do mal de Alzheimer. Foi utilizada uma consultoria médica e parte dos espaços, como a praça de convivência, foram pensados como formas de resgatar memórias sentimentais através de referências de época”, diz a arquiteta.

Na contramão dos condomínios de alto padrão, a Secretaria da Habitação do Estado de São Paulo e a CDHU em parceria com a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social desenvolveram, ano passado, o projeto “Vila Dignidade” baseado nos conceitos de acessibilidade garantidos por dois decretos, um federal e outro estadual, que fazem aplicar as diretrizes do já citado Desenho Universal às construções.

“O ‘Vila’ busca o resgate da dignidade e a reintegração de idosos a um bairro e a um meio de convivência. É a retomada da cidadania” explica o superintendente de projetos da CDHU, Fernando Llata. Assim, partindo do conceito das antigas vilas, o projeto, desenvolvido em parceria com a Aflalo e Gasperini, foi pensado segundo a construção de casas de modo periférico em um terreno, para que o centro fosse ocupado por uma praça com áreas de convívio, recreação e ginástica. Uma forma de integrar os moradores.

O primeiro “Vila Dignidade”, construído em Avaré, foi entregue à população em fevereiro deste ano. Mais nove condomínios estão em fase de licitação ou prestes a ter suas obras iniciadas no interior do Estado e há a promessa de recursos para mais 10 implantações ainda em 2010.

Segundo a gerente de pesquisas habitacionais da CDHU e coordenadora do projeto “Vila Dignidade”, Mariana Sylos, os empreendimentos são feitos em parceria com as prefeituras que, em muitos casos, doam os terrenos e depois gerenciam os empreendimentos.

As casas são oferecidas, via poder público, a idosos solitários ou casais, mas é pré-requisito ser autossuficiente e ter uma condição social menos favorecida. Os moradores não têm a propriedade das unidades, que são cedidas temporariamente enquanto eles conseguem se manter sozinhos.

Projeção feita pelo escritório de arquitetura Aflalo e Gasperini para o Vila Dignidade desenvolvido pela Secretaria da Habitação e Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU). O projeto consiste em vilas de até 24 casas adequadas à moradia de idosos


Adaptações

Tanto o Hiléa, quanto o Vila Dignidade focaram detalhes e cuidados para facilitar a vida de quem tem mais de 60 anos. As portas possuem vãos que possibilitam a circulação de cadeirantes. Nos cômodos também foram determinadas as chamadas áreas de manobra com 1,5 x 1,2 m, onde uma cadeira de rodas pode girar até 180º.

Interruptores, maçanetas e fechaduras têm altura compatível ao acesso dos cadeirantes. Nos banheiros há barras de apoio e o piso é antiderrapante. As rampas têm inclinação de até 8,33% e as áreas de circulação têm guarda-corpos e corrimãos para auxiliar o equilíbrio, enquanto os móveis, no caso do Hiléa, possuem cantos arredondados e alturas e densidades adequadas a facilitar os movimentos do usuário.

Destaques

No Hiléa, o detalhe construtivo que mais chama a atenção é um trilho que cobre toda a extensão do quarto a partir do banheiro. Com ele, explica Grazzieli Gomes, arquiteta do escritório Aflalo e Gasperini, é possível fazer a locomoção dos idosos do banheiro ao sofá, passando também pela cama, utilizando uma espécie de balanço. O recurso diminui o desconforto aos toques excessivos, especialmente no caso de senhoras.

Outro chamariz, mais modesto, é diferenciação de cor entre o piso e a parede em áreas “úmidas” como o banheiro. A técnica, explica a arquiteta, serve para auxiliar o idoso a se situar no espaço.

No “Vila”, por sua vez, o carro-chefe da inovação fica por conta de um sistema de sensores que acionam um alarme sonoro/visual ao lado da porta de entrada da casa, do lado externo. Os dispositivos de acionamento ficam junto aos interruptores e devem ser usados caso haja uma emergência.

Outro diferencial é própria forma construtiva das casas que possibilita a realização da obra em cerca de seis meses. As unidades são erguidas, explica Fernando Llata da CDHU, via sistema steel frame, uma estrutura de aço que recebe placas moldadas com perfis metálicos. E que, no caso das edificações do “Vila Dignidade”, ganharam coberturas metálicas sobre um pé direito de 2,6 m para facilitar o arejamento dos ambientes.

Projeção feita pela Aflalo e Gasperini em parceria com a CDHU para a implantação do Vila Dignidade em Avaré/ SP. O sistema de ocupação periférica do espaço é adequável a diversos formatos de terreno. O condomínio de Avaré foi o primeiro a ser entregue em fevereiro deste ano

Projeção feita pela Aflalo e Gasperini em parceria com a CDHU para a implantação do Vila Dignidade previa o sistema de ocupação periférico que destinava a area interna do terreno a um espaço de convívio entre os moradores

Planta baixa das unidades do Vila Dignidade da CDHU, projetado em parceria com o escritório de arquitetura Aflalo e Gasperini. As casas são desenhadas duas a duas e construídas em sistema steel frame

Fonte: http://casaeimoveis.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2010/03/31/projetos-com-arquitetura-acessivel-facilitam-a-vida-dos-idosos.jhtm

Conheça os 7 princípios do Desenho Universal

Área externa do Vila Dignidade em Avaré destinada a jogos, com acesso por rampas e corrimãos que facilitam a circulação dos idosos

1. Uso equitativo, seguro e atraente de objetos e espaço por todos;
2. Ambientes e sistemas construtivos devem atender a diferentes necessidades do usuário;
3. O uso de objetos e espaço deve ser intuitivo e simples;
4. Informações (como a indicação de banheiros) devem ser claras e de fácil percepção;
5. A escolha de materiais e acabamentos deve oferecer segurança quando em uso;
6. O esforço para a utilização dos equipamentos (como fechaduras) deve ser mínimo;
7. Os espaços devem ser dimensionados para o uso abrangente, considerando variações ergonômicas, por exemplo.

Fonte:http://casaeimoveis.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2010/03/31/conheca-os-7-principios-do-desenho-universal.jhtm

Veja projeto vencedor do concurso para reurbanização da rua Frei Caneca, em São Paulo

Autores do projeto pretendem transformar a Frei Caneca em espaço híbrido e dinâmico

Transformar a rua Frei Caneca, em São Paulo (SP), em um ponto de encontro seguro, harmonioso e acessível. Essa é a ideia do plano proposto pelo escritório FMC Arquitetura, dos arquitetos Conrado Garcia Ferrés, Thais Milani e Roberto Campanhã, em parceria com o ateliê catalão Fondarius Arquitectura, do arquiteto Federico Calabrese. O projeto acaba de vencer concurso realizado pela associação GLS Casarão Brasil e pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), que teve 31 trabalhos inscritos.

Os profissionais criaram um redesenho completo de calçadas e mobiliário urbano para a região, com a intenção de recuperar o espaço urbano, bastante degradado. Segundo Garcia Ferrés, ao esboçar o projeto, eles pensaram em primeiro lugar em dar prioridade ao pedestre sobre os veículos, de forma a enfatizar a identidade residencial e comercial da rua e transformá-la em uma praça ou num centro comercial ao ar livre. Assim, só veículos de moradores e comerciantes estabelecidos na Frei Caneca terão acesso ao trecho central da rua, cujo leito será nivelado com as calçadas. Nas extremidades o tráfego será normal. Pavimento permeável, inclusive trechos com grama, estão previstos no projeto.

Especial atenção foi dedicada ao mobiliário urbano. De acordo com o projeto, iluminação, bancos, postes e sinalização serão feitos de tubos circulares de aço galvanizado e pintado, que irão ancorados a um dado de concreto com dimensões variáveis em função da sua altura e peso. O efeito, segundo os arquitetos, serão "árvores de luz", que se tornarão ícones da rua.
No alto, perspectivas de diversos pontos da rua; no centro, a implantação desses trechos
e acima cortes mostram como a Frei Caneca deve ficar caso o projeto seja executado


Para concretizar o projeto, a associação GLS Casarão Brasil irá negociar a execução das obras de infraestrutura subterrânea com a prefeitura e a troca de calçadas e de mobiliário urbano com empresários e comerciantes da região. Se for aprovada pelo poder público e iniciativa privada, o bairro Cerqueira César, onde a rua se localiza, mudará completamente. "Nós, cidadãos, temos em comum um território que cada vez nos pertence menos. As cidades em que exercemos o nosso esforço diário estão fragmentadas em áreas cada vez mais delimitadas. Por isso, entendemos o espaço público como a soma, a sobreposição das ações e eventos, um lugar para tudo e para todos, um espaço híbrido, multicêntrico, dinâmico", afirma Garcia Ferrés.

Fonte:http://casaeimoveis.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2010/03/23/veja-projeto-vencedor-do-concurso-para-reurbanizacao-da-rua-frei-caneca-em-sao-paulo.jhtm

Painel solar transparente deixa a tecnologia mais prática



Em vez daqueles enormes espelhos, um painel solar transparente poderia ser usado, por exemplo, como janela.

Imagine aqueles prédios comerciais cujos vidros das janelas ocupam toda a sua fachada. Agora imagine se, em vez de janelas, aquilo fosse milhares de painéis solares que pegam energia de todos os ângulos.

Essa é a grande sacada do Sphelar, apresentado no PV Expo 2010 de Tóquio. Trata-se de gotas solidificadas de silicone implantadas em vidro. Como são redondas, podem pegar os raios solares em diversas posições. Como a transparência não é completa, a idéia de um vidro de um prédio comercial parece a mais próxima de se tornar realidade.

Fonte:http://pensandoverde.blogtv.uol.com.br/2010/03/29/painel-solar-transparente-deixa-a-tecnologia-mais-pratica

Nobel da arquitetura, Pritzker vai para escritório japonês SANAA


Ryue Nishizawa (à esquerda) e Kazuyo Sejima fundaram o SANAA em 1995. Suas obras resultam de uma refinada composição de leveza e transparência, em que a presença física do edifício sai de cena deixando o protagonismo para pessoas, objetos, atividade e paisagem

É de Kazuyo Sejima e de seu sócio Ryue Nishizawa o maior reconhecimento concedido a um arquiteto por sua carreia, o Prêmio Pritzker.

Considerado o Nobel da arquitetura por usar a premiação sueca como modelo para vários de seus procedimentos de indicação e prêmio, o Pritzker foi criado em 1979 pela Fundação Hyatt para homenagear, em vida, um arquiteto cuja obra demonstre qualidades como talento, visão e compromisso, e traga uma contribuição significativa para a humanidade e para o ambiente construído.
A Fundação Hyatt é gerida pela família Pritzker, proprietária da rede Hyatt de hotéis.

Sejima e Nishizawa formaram o escritório SANAA em 1995. O trabalho da dupla é conhecido por sua leveza e delicadeza, em muito obtida pelo uso da transparência. Eles dão grande importância à integração de seus edifícios ao entorno, a ponto de descrevê-los como “montanhas na paisagem”.

Entre as razões apontadas para a premiação, o júri cita a arquitetura delicada, mas poderosa do SANAA; sua discreta engenhosidade; a maneira bem-sucedida como seus edifícios interagem com o exterior e com as atividades que abrigam, e sua linguagem singular, fruto de um processo colaborativo único e inspirador.

Ao saber do prêmio, Kazuyo Sejima declarou-se muito feliz e disse "eu tenho explorado como posso fazer uma arquitetura que seja aberta, o que eu penso ser importante para uma nova geração. Com esse prêmio vou continuar me esforçando para criar uma arquitetura bela".

Nishizawa disse encarar a premiação com grande humildade. "Estou muito honrado e muito surpreso. Recebo e entendo este prêmio como um encorajamento para os meus esforços", declarou.

A maior parte da produção do SANAA está no Japão, mas o escritório tem obras implantadas na Alemanha, Inglaterra, Espanha, França, Holanda e Estados Unidos.

É a terceira vez na história do Pritzker que o prêmio é dividido entre dois profissionais. A primeira vez foi em 1988, quando Oscar Niemeyer dividiu o prêmio com o norte-americano Gordon Bunshaft. Em 2001 foi a vez dos também sócios Jacques Herzog e Pierre de Meuron, autores do Ninho de Pássaro de Pequim, levarem a premiação.

Vista do edifício Christian Dior, em Tóquio, projeto arquitetônico de SANAA

Fonte:http://casaeimoveis.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2010/03/28/nobel-da-arquitetura-pritzker-vai-para-escritorio-japones-sanaa.jhtm

Arquitetos constroem casa embaixo da terra

Construção foi feita na Suíça por meio de uma parceria entre dois escritórios de arquitetura inovadores

Casa na colina fica embaixo da terra


Imagine poder morar em uma colina sem precisar derrubar árvores ou mudar a paisagem. Dois escritórios de arquitetura conseguiram um resultado bem próximo a isto, construindo uma casa embaixo da terra.
Localizada em colinas suíças, o espaço interno é amplo e com uma grande área aberta na entrada da casa e a vista da paisagem é garantida.
Para construir a casa, as empresas SeARCH e Christian Müller Architects realizaram poucas mudanças na paisagem, bem menores do que precisariam ser caso o imóvel estivesse acima da terra.



Fonte: http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI127850-16352,00-ARQUITETOS+CONSTROEM+CASA+EMBAIXO+DA+TERRA.html